terça-feira, 13 de julho de 2010


Meu projeto de vida.

Este texto é uma brincadeira, onde utilizei os tópicos mínimos exigidos tecnicamente para elaboração de um projeto de trabalho, para falar da felicidade ou da busca dela.
Apresentação

Este projeto tem por objetivo principal, reunir todas as forças, pensamentos e emoções e dirigi-los para encontrar a felicidade, e, com isso, desenvolver atividades prazerosas, cujos resultados, quantitativos e qualitativos, deverão ser mensurados todos os dias, pois não se tem idéia de quando será seu termo final.
Justificativa
O projeto justifica-se porque já vivi mais de 50% da expectativa de vida do brasileiro.
É chegada a hora (ou já passou da hora?!?) de refletir o que eu quero e posso fazer desses anos de vida, estabelecer objetivos e metas, para que ela seja aproveitada, para que eu obtenha ao menos o mínimo em termos de evolução espiritual.
A relevância do projeto apresenta-se nos impactos que possa produzir na minha vida e na vida das pessoas que comigo convivem, a quem se desejam impactos e transformações positivas e duradouras.
Atividades Anteriores
Até este estágio de vida (51 anos) não foram muitos os projetos e atividades concluídas.
Deixei de aproveitar muitas oportunidade de praticar a caridade, deixei-me levar pelo orgulho, pela vaidade e pelo egoísmo, que me impedem de me aproximar da felicidade plena.
Consegui algumas realizações importantes: tenho uma filha linda e maravilhosa; amei e amo muitas pessoas; fui e sou amada por algumas pessoas (as que importam); mantive amigos antigos e consegui novos amigos; estudei algumas coisas (embora tenha aprendido muito pouco); transferi alguns conhecimentos (poucos, é verdade!); tenho me mantido leal aos meus princípios de vida (com algumas escorregadelas, claro!); tento me manter próxima de Deus (talvez o esforço dele para ficar por perto seja maior que o meu); e peço e conto, diuturnamente, com a proteção de meu anjo guardião (a quem, diga-se, dou muito trabalho - sem folga nem mesmo enquanto durmo).
Objetivo Geral
Ambiciosamente, o objetivo geral deste projeto é conseguir, até o final da vida (que pode acontecer a qualquer momento, o que eleva, em muito a ambição do projeto), ser feliz, ou, ao menos, lutar muito para ser feliz.
Objetivos Específicos
Ao longo do projeto (que se inicia hoje e termina quando Deus quiser – literalmente falando!), buscando atingir o objetivo geral, pretendo desenvolver as seguintes atividades, fazendo ou deixando de fazer (não necessariamente na ordem abaixo):
- cuidar de mim e de quem amo;
- deixar de ser preguiçosa e fazer um pouco de caridade;
- buscar incessantemente a espiritualização do meu ser, deixando fluir as energias cósmicas em meu benefício;
- afastar pessoas e atividades que me impeçam de atingir as metas que quero alcançar;
- amar muito tudo e todos;
- exercitar o perdão (dando e pedindo);
- concentrar todos os esforços para ter mais tolerância e paciência, especialmente com as pessoas com quem convivo (isso não vai ser fácil!);
- fazer o que me traz satisfação e prazer (passear, viajar, conversar com os amigos, recebe-los em casa, ler, ficar ao sol, ouvir música, fazer massagens, tomar bons vinhos etc., etc., etc.);
- afastar-me das maledicências;
- tudo mais que for preciso e possível e aqui não ficou escrito.
Avaliação de Resultados
A avaliação dos resultados deverá ser feita por aqueles que me amam e que estejam vivos quando eu me for, pois este projeto terminará neste momento (espero que demore ...).
Por favor, verifiquem se os métodos e procedimentos utilizados resultaram em transformações positivas (não só para mim, para os outros também) e se os objetivos foram, ainda que parcialmente, atingidos.
Lembrem-se: o objetivo maior é se aproximar, ao máximo, da felicidade e da paz de espírito, e, de preferência, fazer as pessoas que amo seguirem a mesma direção.
Parcerias e Alianças
Para atingir os objetivos e metas propostos, espero contar com parceiros que me apóiem nesta luta, para formar alianças de amor, solidariedade e amizade, no sentido de todos caminharmos em busca da felicidade e da paz espiritual.
Àqueles que não quiserem ser parceiros: por favor, não atrapalhem.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O CACHORRO DO MINISTRO E O GATO DO MINISTÉRIO

O CACHORRO DO MINISTRO E O GATO DO MINISTÉRIO *


Diz a fábula que no Ministério da República X há o cachorro do ministro e o gato do ministério.
O cachorro do ministro é aquele que foi nomeado pelo próprio ministro, goza de sua confiança e amizade.
Logo pela manhã (às vezes, nem tão cedo!), os dois chegam juntos. O cachorro, ao lado do ministro, segue todo pimpão, com sua coleira reluzente e roupa sofisticada (de grife européia, de preferência), pelo bem cuidado e escovado pelos melhores profissionais.
Seu olhar não deixa a menor dúvida de que é melhor não brincar com ele.
É amigo do ministro e manda 'quase' tanto quanto ele.
Para evitar rosnadas e mordidas, bom mesmo é afagar-lhe o pelo e dar-lhe muitos ossinhos.
O cachorro do ministro ocupa o melhor lugar do prédio, a melhor almofada, faz xixi no tapete persa, late para quem lhe incomoda, rói o pé da mesa e todos acham lindo!
Seu comedouro é especial e sua ração importada.
Afinal, é o cachorro do ministro!
Mas existe também o gato do ministério, que mal conhece o ministro, não tem coleira e nem roupa de grife. Não chega perto do tapete persa (quanto menos nele fazer xixi!) e nem do gabinete do ministro.
Contudo, conhece o ministério e seus meandros como ninguém.
Sabe onde está o local mais quentinho para tirar uma soneca. Conhece caminhos que o tornam invisível. Sabe onde estar e onde não estar para evitar encrenca (e serviço também!). Sabe onde estão os ratinhos mais gordos. Sabe como serão os serviços do dia. Sabe, de antemão, os projetos que vão ou não dar certo (mas fica “na sua”, afinal “ninguém” lhe pediu opinião!).
Olha para o cachorro do ministro e pensa: “Coitado, pensa que está com tudo. Daqui algum tempo, sai sua exoneração ou a exoneração do ministro no Diário Oficial e ele vai embora. Não entende que “está” cachorro de ministro, mas, quando sair do ministério será apenas cachorro. Eu não. Sou do ministério. Entra ministro, sai ministro; entra cachorro, sai cachorro, e eu fico. Continuarei com minha sagrada rotina até me aposentar. Coitado do cachorro!”
O cachorro, recém chegado no ministério, olha o gato e pensa: “Coitado do gato. Fica aqui no ministério, sem nenhuma coleira bonita, numa sala feia, cinzenta. Repete a mesma coisa todo dia. Não sei porque gosta disso. Ainda bem que sou cachorro do ministro e, diante dos meus privilégios, não preciso me sacrificar tanto, e nem preciso deste gato, indolente e preguiçoso, que só espera o dia da aposentadoria. Posso desenvolver “meus” projetos sem sua participação. Ele não sabe de nada mesmo (se soubesse, já seria gato do ministro e não do ministério).”
Moral da estória: na Administração Pública, se o cachorro do ministro, ao chegar no ministério, não se unir ao gato do ministério e não se preocupar em transmitir os conhecimentos que adquiriu antes de ir para lá, e se o gato do ministério não repassar conhecimento e experiência para o cachorro que chega, quem perde é a sociedade, porque a gestão pública não será eficiente e os serviços públicos serão ineficazes.
O compartilhamento de conhecimentos e experiências são essenciais para o sucesso de uma gestão.
A linguagem do 'au-au' deve ser entendida pela do 'miau' e vice versa.
O cachorro do ministro deve ter consciência de que sua estada na administração pública é passageira, mas pode, e deve, ser altamente produtiva, trabalhando em conjunto com os mais variados gatos do ministério.
O gato do ministério, sabendo que permanecerá com segurança no seu lugar, deve cooperar com o cachorro, assimilar os conhecimentos e experiências trazidos da administração privada e aproveitar para ampliar seus horizontes, sem receio de sair da “zona de conforto” e sem cair na mediocridade dos que “ficam com a boca cheia de dentes, esperando a morte chegar” ...


* Ouvi essa fábula numa palestra proferida por um “cachorro de Ministro” , na FAAP-RP, para alunos do curso Gerente de Cidade

** SOU "gato do ministério", e, às vezes, FICO "cachorro de ministro" e "gato do ministério" , ao mesmo tempo - SITUAÇÃO BIZARRA !, diriam os jovens.